“E ele, assentando-se, chamou os doze e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o último de todos e servo de todos.”
(MARCOS, 9:35.)
Ser dos primeiros na Terra não é problema de solução complicada.
Há maiorais no mundo em todas as situações.
A ciência, a filosofia, o sacerdócio, tanto quanto a política, o comércio e as
finanças podem exibi-los, facilmente.
Os homens principais da ciência, com legitimas exceções, costumam ser grandes
presunçosos; os da filosofia, argutos sofistas do pensamento; os do sacerdócio, fanáticos
sem compreensão da verdadeira fé. Em política, muitos dos maiorais são tiranos; no
comércio, inúmeros são exploradores e, nas finanças, muitos deles não passam de
associados das sombras contra os interesses coletivos.
Ser dos primeiros, no entanto, nas esferas de Jesus sobre a Terra, não é questão
de fácil acesso à criatura vulgar.
Nos departamentos do mundo materializado, os principais devem ser os primeiros
a serem servidos e contam com a obediência compulsória de todos.
Em Cristianismo puro, os espíritos dominantes são os últimos na recepção dos
benefícios, porquanto são servos reais de quantos lhes procuram a colaboração fraterna.
É por isto que em todas as escolas cristãs há numerosos pregadores, muitos
mordomos, turbas de operários, cooperadores do culto, polemistas valiosos, doutores da
letra, intérpretes competentes, reformistas apaixonados, mas raríssimos apóstolos.
De modo geral, quase todos os crentes se dispõem ao ensino e ao conselho,
prontos ao combate espetaculoso e à advertência humilhante ou vaidosa, poucos
surgindo com o desejo de servir, em silêncio, convencidos de que toda a glória pertence a
Deus.
Chico Xavier – Emmanuel
Livro – Vinha de Luz
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