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Da lei da Adoração | Pensamentos de André Luiz

Da lei da Adoração

Lei da adoraçaoObjetivo da adoração – Adoração exterior – Vida contemplativa – A prece – Politeísmo – Sacrifícios

OBJETIVO DA ADORAÇÃO

  1. Em que consiste a adoração?

“Na elevação do pensamento a Deus. Deste, pela 
adoração, aproxima o homem sua

alma.”

  1. Origina-se de um sentimento inato a adoração, ou é
    fruto de ensino?

“Sentimento inato, como o da existência de Deus. A 
consciência da sua fraqueza leva o homem a curvar-se 
diante daquele que o pode proteger.”

  1. Terá havido povos destituídos de todo sentimento de
    adoração?

“Não, que nunca houve povos de ateus. Todos compreendem 
que acima de tudo há um Ente Supremo.”

  1. Poder-se-á considerar a lei natural como fonte
    originária da adoração?

“A adoração está na lei natural, pois resulta de um 
sentimento inato no homem. Por essa razão é que existe 
entre todos os povos, se bem que sob formas diferentes.”

ADORAÇÃO EXTERIOR

  1. Precisa de manifestações exteriores a adoração?

“A adoração verdadeira é do coração. Em todas as vossas 
ações, lembrai-vos sempre de que o Senhor tem sobre 
vós o seu olhar.”

  1. a) — Será útil a adoração exterior?

“Sim, se não consistir num vão simulacro. É sempre 
útil dar um bom exemplo. Mas, os que somente por afetação 
e amor-próprio o fazem, desmentindo com o proceder a 
aparente piedade, mau exemplo dão e não imaginam o mal 
que causam.”

  1. Tem Deus preferência pelos que o adoram desta ou
    daquela maneira?

“Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, 
com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que 
julgam honrá-lo com cerimônias que os não tornam 
melhores para com os seus semelhantes.

“Todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Ele 
atrai a si todos os que lhe obedecem às leis, qualquer que 
seja a forma sob que as exprimam.

“É hipócrita aquele cuja piedade se cifra nos atos exteriores. 
Mau exemplo dá todo aquele cuja adoração é 
afetada e contradiz o seu procedimento.

“Declaro-vos que somente nos lábios e não na alma 
tem religião aquele que professa adorar o Cristo, mas que é 
orgulhoso, invejoso e cioso, duro e implacável para com 
outrem, ou ambicioso dos bens deste mundo. Deus, que 
tudo vê, dirá: o que conhece a verdade é cem vezes mais 
culpado do mal que faz, do que o selvagem ignorante que 
vive no deserto. E como tal será tratado no dia da justiça. 
Se um cego, ao passar, vos derriba, perdoá-lo-eis; se for um 
homem que enxerga perfeitamente bem, queixar-vos-eis e 
com razão.

“Não pergunteis, pois, se alguma forma de adoração 
há que mais convenha, porque equivaleria a perguntardes 
se mais agrada a Deus ser adorado num idioma do que 
noutro. Ainda uma vez vos digo: até ele não chegam os 
cânticos, senão quando passam pela porta do coração.”

  1. Merece censura aquele que pratica uma religião em que
    não crê do fundo dalma, fazendo-o apenas pelo respeito
    humano e para não escandalizar os que pensam de 
    modo diverso?

“Nisto, como em muitas outras coisas, a intenção constitui 
a regra. Não procede mal aquele que, assim fazendo, 
só tenha em vista respeitar as crenças de outrem. Procede 
melhor do que um que as ridiculize, porque, então, falta à 
caridade. Aquele, porém, que a pratique por interesse e por 
ambição se torna desprezível aos olhos de Deus e dos homens. 
A Deus não podem agradar os que fingem humilhar-se diante dele tão-somente para granjear o aplauso dos homens.”

  1. À adoração individual será preferível a adoração em
    comum?

“Reunidos pela comunhão dos pensamentos e dos sentimentos, 
mais força têm os homens para atrair a si os bons 
Espíritos. O mesmo se dá quando se reúnem para adorar a 
Deus. Não creiais, todavia, que menos valiosa seja a adoração 
particular, pois que cada um pode adorar a Deus 
pensando nele.”

VIDA CONTEMPLATIVA

  1. Têm, perante Deus, algum mérito os que se consagram
    à vida contemplativa, uma vez que nenhum mal fazem
    e só em Deus pensam?

“Não, porquanto, se é certo que não fazem o mal, também 
o é que não fazem o bem e são inúteis. Demais, não 
fazer o bem já é um mal. Deus quer que o homem pense 
nele, mas não quer que só nele pense, pois que lhe impôs 
deveres a cumprir na Terra. Quem passa todo o tempo na 
meditação e na contemplação nada faz de meritório aos 
olhos de Deus, porque vive uma vida toda pessoal e inútil à 
Humanidade e Deus lhe pedirá contas do bem que não 
houver feito.”

A PRECE

  1. Agrada a Deus a prece?

“A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada 
pelo coração, pois, para ele, a intenção é tudo. Assim, preferível lhe é a prece do íntimo à prece lida, por muito bela que 
seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração. 
Agrada-lhe a prece, quando dita com fé, com fervor e sinceridade. 
Mas, não creiais que o toque a do homem fútil, orgulhoso 
e egoísta, a menos que signifique, de sua parte, um 
ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade.”

  1. Qual o caráter geral da prece?

“A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar 
nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com 
ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: 
louvar, pedir, agradecer.”

  1. A prece torna melhor o homem?

“Sim, porquanto aquele que ora com fervor e confiança 
se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe 
envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que 
jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.”

  1. a) — Como é que certas pessoas, que oram muito, são,
    não obstante, de mau-caráter, ciosas, invejosas, impertinentes,
    carentes de benevolência e de indulgência e até, algumas 
    vezes, viciosas?

“O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas 
pessoas supõem que todo o mérito está na longura da prece 
e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Fazem 
da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca, 
porém, um estudo de si mesmas. A ineficácia, em tais casos, 
não é do remédio, sim da maneira por que o aplicam.”

  1. Poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as
    nossas faltas?

“Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde 
as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só 
o obtém mudando de proceder. As boas ações são a melhor 
prece, por isso que os atos valem mais que as palavras.”

  1. Pode-se, com utilidade, orar por outrem?

“O Espírito de quem ora atua pela sua vontade de praticar 
o bem. Atrai a si, mediante a prece, os bons Espíritos 
e estes se associam ao bem que deseje fazer.”

O pensamento e a vontade representam em nós um poder de 
ação que alcança muito além dos limites da nossa esfera corporal. 
A prece que façamos por outrem é um ato dessa vontade. Se 
for ardente e sincera, pode chamar, em auxílio daquele por quem 
oramos, os bons Espíritos, que lhe virão sugerir bons pensamentos 
e dar a força de que necessitem seu corpo e sua alma. Mas, 
ainda aqui, a prece do coração é tudo, a dos lábios nada vale.

  1. Podem as preces, que por nós mesmos fizermos, mudar
    a natureza das nossas provas e desviar-lhes o curso?

“As vossas provas estão nas mãos de Deus e algumas 
há que têm de ser suportadas até ao fim; mas, Deus sempre 
leva em conta a resignação. A prece traz para junto de 
vós os bons Espíritos e, dando-vos estes a força de suportá- 
-las corajosamente, menos rudes elas vos parecem. Hemos 
dito que a prece nunca é inútil, quando bem feita, porque 
fortalece aquele que ora, o que já constitui grande resultado.

Ajuda-te a ti mesmo e o céu te ajudará, bem o sabes. 
Demais, não é possível que Deus mude a ordem da natureza 
ao sabor de cada um, porquanto o que, do vosso ponto 
de vista mesquinho e do da vossa vida efêmera, vos parece 
um grande mal é quase sempre um grande bem na ordem 
geral do Universo. Além disso, de quantos males não se 
constitui o homem o próprio autor, pela sua imprevidência 
ou pelas suas faltas? Ele é punido naquilo em que pecou.

Todavia, as súplicas justas são atendidas mais vezes do 
que supondes. Julgais, de ordinário, que Deus não vos ouviu, 
porque não fez a vosso favor um milagre, enquanto que 
vos assiste por meios tão naturais que vos parecem obra do 
acaso ou da força das coisas. Muitas vezes também, as mais 
das vezes mesmo, ele vos sugere a idéia que vos fará sair da 
dificuldade pelo vosso próprio esforço.”

  1. Será útil que oremos pelos mortos e pelos Espíritos sofredores? E, neste caso, como lhes podem as nossas
    preces proporcionar alívio e abreviar os sofrimentos?
    Têm elas o poder de abrandar a justiça de Deus?

“A prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de 
Deus, mas a alma por quem se ora experimenta alívio, porque 
recebe assim um testemunho do interesse que inspira 
àquele que por ela pede e também porque o desgraçado 
sente sempre um refrigério, quando encontra almas caridosas 
que se compadecem de suas dores. Por outro lado, 
mediante a prece, aquele que ora concita o desgraçado ao 
arrependimento e ao desejo de fazer o que é necessário para 
ser feliz. Neste sentido é que se lhe pode abreviar a pena, 
se, por sua parte, ele secunda a prece com a boa vontade.

O desejo de melhorar-se, despertado pela prece, atrai para 
junto do Espírito sofredor Espíritos melhores, que o vão 
esclarecer, consolar e dar-lhe esperanças. Jesus orava pelas 
ovelhas desgarradas, mostrando-vos, desse modo, que 
culpados vos tornaríeis, se não fizésseis o mesmo pelos que 
mais necessitam das vossas preces.”

  1. Que se deve pensar da opinião dos que rejeitam a prece
    em favor dos mortos, por não se achar prescrita no
    Evangelho?

“Aos homens disse o Cristo: Amai-vos uns aos outros. 
Esta recomendação contém a de empregar o homem todos 
os meios possíveis para testemunhar aos outros homens 
afeição, sem haver entrado em minúcias quanto à maneira 
de atingir ele esse fim. Se é certo que nada pode fazer que o 
Criador, imagem da justiça perfeita, deixe de aplicá-la a 
todas as ações do Espírito, não menos certo é que a prece 
que lhe dirigis por aquele que vos inspira afeição constitui, 
para este, um testemunho de que dele vos lembrais, testemunho 
que forçosamente contribuirá para lhe suavizar os 
sofrimentos e consolá-lo. Desde que ele manifeste o mais 
ligeiro arrependimento, mas só então, é socorrido. Nunca, 
porém, será deixado na ignorância de que uma alma simpática 
com ele se ocupou. Ao contrário, será deixado na 
doce crença de que a intercessão dessa alma lhe foi útil.

Daí resulta necessariamente, de sua parte, um sentimento 
de gratidão e afeto pelo que lhe deu essa prova de amizade 
ou de piedade. Em conseqüência, crescerá num e noutro, 
reciprocamente, o amor que o Cristo recomendava aos homens. 
Ambos, pois, se fizeram assim obedientes à lei de 
amor e de união de todos os seres, lei divina, de que resultará 
a unidade, objetivo e finalidade do Espírito.”1

1 Resposta dada pelo Sr. Monod (Espírito), pastor protestante em 
Paris, morto em abril de 1856. A resposta anterior, nº 664, é do 
Espírito São Luís.

  1. Pode-se orar aos Espíritos?

“Pode-se orar aos bons Espíritos, como sendo os mensageiros 
de Deus e os executores de suas vontades. O poder 
deles, porém, está em relação com a superioridade que 
tenham alcançado e dimana sempre do Senhor de todas as 
coisas, sem cuja permissão nada se faz. Eis por que as 
preces que se lhes dirigem só são eficazes, se bem aceitas 
por Deus.”

POLITEÍSMO

  1. Por que razão, não obstante ser falsa, a crença politeísta
    é uma das mais antigas e espalhadas?

“A concepção de um Deus único não poderia existir no 
homem, senão como resultado do desenvolvimento de suas 
idéias. Incapaz, pela sua ignorância, de conceber um ser 
imaterial, sem forma determinada, atuando sobre a matéria, 
conferiu-lhe o homem atributos da natureza corpórea, 
isto é, uma forma e um aspecto e, desde então, tudo o que 
parecia ultrapassar os limites da inteligência comum era, 
para ele, uma divindade. Tudo o que não compreendia devia 
ser obra de uma potência sobrenatural. Daí a crer em 
tantas potências distintas quantos os efeitos que observava, 
não havia mais que um passo. Em todos os tempos, 
porém, houve homens instruídos, que compreenderam ser 
impossível a existência desses poderes múltiplos a governarem 
o mundo, sem uma direção superior, e que, em conseqüência, 
se elevaram à concepção de um Deus único.”

  1. Tendo-se produzido em todos os tempos e sendo conhecidos
    desde as primeiras idades do mundo, não haverão os fenômenos espíritas contribuído para a difusão da crença na pluralidade dos deuses?

“Sem dúvida, porquanto, chamando deus a tudo o que 
era sobre-humano, os homens tinham por deuses os Espíritos. 
Daí veio que, quando um homem, pelas suas ações, 
pelo seu gênio, ou por um poder oculto que o vulgo não 
lograva compreender, se distinguia dos demais, faziam dele 
um deus e, por sua morte, lhe rendiam culto.”

A palavra deus tinha, entre os antigos, acepção muito ampla. 
Não indicava, como presentemente, uma personificação do 
Senhor da Natureza. Era uma qualificação genérica, que se dava 
a todo ser existente fora das condições da Humanidade. Ora, 
tendo-lhes as manifestações espíritas revelado a existência de seres incorpóreos a atuarem como potência da Natureza, a esses 
seres deram eles o nome de deuses, como lhes damos atualmente 
o de Espíritos.

Pura questão de palavras, com a única diferença 
de que, na ignorância em que se achavam, mantida intencionalmente pelos que nisso tinham interesse, eles erigiram templos e altares muito lucrativos a tais deuses, ao passo que hoje os consideramos simples criaturas como nós, mais ou menos perfeitas e despidas de seus invólucros terrestres. Se estudarmos atentamente os diversos atributos das divindades pagãs, reconheceremos, sem esforço, todos os de que vemos dotados os Espíritos nos diferentes graus da escala espírita, o estado físico em que se encontram nos mundos superiores, todas as propriedades do perispírito e os papéis que desempenham nas coisas da Terra.

Vindo iluminar o mundo com a sua divina luz, o Cristianismo 
não se propôs destruir uma coisa que está na Natureza. Orientou, 
porém, a adoração para Aquele a quem é devida. Quanto aos 
Espíritos, a lembrança deles se há perpetuado, conforme os povos, 
sob diversos nomes, e suas manifestações, que nunca deixaram 
de produzir-se, foram interpretadas de maneiras diferentes e 
muitas vezes exploradas sob o prestígio do mistério. Enquanto 
para a religião essas manifestações eram fenômenos miraculosos, 
para os incrédulos sempre foram embustes. Hoje, mercê de um 
estudo mais sério, feito à luz meridiana, o Espiritismo, escoimado 
das idéias supersticiosas que o ensombraram durante séculos, 
nos revela um dos maiores e mais sublimes princípios da 
Natureza.

SACRIFÍCIOS

  1. Remonta à mais alta antiguidade o uso dos sacrifícios
    humanos. Como se explica que o homem tenha sido
    levado a crer que tais coisas pudessem agradar a Deus?

“Primeiramente, porque não compreendia Deus como 
sendo a fonte da bondade. Nos povos primitivos a matéria 
sobrepuja o espírito; eles se entregam aos instintos do animal 
selvagem. Por isso é que, em geral, são cruéis; é que 
neles o senso moral ainda não se acha desenvolvido. Em 
segundo lugar, é natural que os homens primitivos acreditassem 
ter uma criatura animada muito mais valor, aos 
olhos de Deus, do que um corpo material. Foi isto que os 
levou a imolarem, primeiro, animais e, mais tarde, homens.

De conformidade com a falsa crença que possuíam, pensavam 
que o valor do sacrifício era proporcional à importância 
da vítima. Na vida material, como geralmente a praticais, 
se houverdes de oferecer a alguém um presente, escolhê-lo- 
-eis sempre de tanto maior valor quanto mais afeto e consideração 
quiserdes testemunhar a esse alguém. Assim tinha 
que ser, com relação a Deus, entre homens ignorantes.”

  1. a) — De modo que os sacrifícios de animais precederam
    os sacrifícios humanos?

“Sobre isso não pode haver a menor dúvida.”

  1. b) — Então, de acordo com a explicação que vindes de
    dar, não foi de um sentimento de crueldade que se
    originaram os sacrifícios humanos?

“Não; originaram-se de uma idéia errônea quanto à maneira 
de agradar a Deus. Considerai o que se deu com 
Abraão. Com o correr dos tempos, os homens entraram a 
abusar dessas práticas, imolando seus inimigos comuns, 
até mesmo seus inimigos particulares. Deus, entretanto, 
nunca exigiu sacrifícios, nem de homens, nem, sequer, de 
animais. Não há como imaginar-se que se lhe possa prestar 
culto, mediante a destruição inútil de suas criaturas.”

  1. Dar-se-á que alguma vez possam ter sido agradáveis
    a Deus os sacrifícios humanos praticados com piedosa
    intenção?

“Não, nunca. Deus, porém, julga pela intenção. Sendo 
ignorantes os homens, natural era que supusessem praticar 
ato louvável imolando seus semelhantes. Nesses casos, 
Deus atentava unicamente na idéia que presidia ao ato e 
não neste. À proporção que se foram melhorando, os homens 
tiveram que reconhecer o erro em que laboravam e 
que reprovar tais sacrifícios, com que não podiam conformar- 
se as idéias de Espíritos esclarecidos. Digo — esclarecidos, 
porque os Espíritos tinham então a envolvê-los o véu 
material; mas, por meio do livre-arbítrio, possível lhes era 
vislumbrar suas origens e fim, e muitos, por intuição, já compreendiam o mal que praticavam, se bem que nem por isso 
deixassem de praticá-lo, para satisfazer às suas paixões.”

  1. Que devemos pensar das chamadas guerras santas?
    O sentimento que impele os povos fanáticos, tendo em
    vista agradar a Deus, a exterminarem o mais possível 
    os que não partilham de suas crenças, poderá equiparar- 
    se, quanto à origem, ao sentimento que os excitava 
    outrora a sacrificarem seus semelhantes?

“São impelidos pelos maus Espíritos e, fazendo a guerra 
aos seus semelhantes, contravêm à vontade de Deus, que 
manda ame cada um o seu irmão, como a si mesmo. Todas 
as religiões, ou, antes, todos os povos adoram um mesmo 
Deus, qualquer que seja o nome que lhe dêem. Por que 
então há de um fazer guerra a outro, sob o fundamento de 
ser a religião deste diferente da sua, ou por não ter ainda 
atingido o grau de progresso da dos povos cultos? Se são 
desculpáveis os povos de não crerem na palavra daquele 
que o Espírito de Deus animava e que Deus enviou, sobretudo 
os que não o viram e não lhe testemunharam os atos, 
como pretenderdes que creiam nessa palavra de paz, quando 
lhes ides levá-la de espada em punho? Eles têm que ser 
esclarecidos e devemos esforçar-nos por fazê-los conhecer 
a doutrina do Salvador, mediante a persuasão e com brandura, 
nunca a ferro e fogo. Em vossa maioria, não acreditais 
nas comunicações que temos com certos mortais; como 
quereríeis que estranhos acreditassem na vossa palavra, 
quando desmentis com os atos a doutrina que pregais?”

  1. A oferenda feita a Deus, de frutos da terra, tinha a
    seus olhos mais mérito do que o sacrifício dos animais?

“Já vos respondi, declarando que Deus julga segundo 
a intenção e que para ele pouca importância tinha o fato. 
Mais agradável evidentemente era a Deus que lhe oferecessem 
frutos da terra, em vez do sangue das vítimas. Como 
temos dito e sempre repetiremos, a prece proferida do fundo da alma é cem vezes mais agradável a Deus do que todas 
as oferendas que lhe possais fazer. Repito que a intenção é 
tudo, que o fato nada vale.”

  1. Não seria um meio de tornar essas oferendas agradáveis
    a Deus consagrá-las a minorar os sofrimentos daqueles
    a quem falta o necessário e, neste caso, o sacrifício 
    dos animais, praticado com fim útil, não se tornaria 
    meritório, ao passo que era abusivo quando para nada 
    servia, ou só aproveitava aos que de nada precisavam? 
    Não haveria qualquer coisa de verdadeiramente piedoso 
    em consagrar-se aos pobres as primícias dos bens 
    que Deus nos concede na Terra?

“Deus abençoa sempre os que fazem o bem. O melhor 
meio de honrá-lo consiste em minorar os sofrimentos dos 
pobres e dos aflitos. Não quero dizer com isto que ele desaprove 
as cerimônias que praticais para lhe dirigirdes as vossas 
preces. Muito dinheiro, porém, aí se gasta que poderia 
ser empregado mais utilmente do que o é. Deus ama a simplicidade em tudo. O homem que se atém às exterioridades 
e não ao coração é um Espírito de vistas acanhadas. Dizei, 
em consciência, se Deus deve atender mais à forma do que 
ao fundo.”

Fonte – O Livro dos Espíritos, do Cap.II, parte terceira “Da Lei de Adoração”

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